quinta-feira, 27 de setembro de 2007

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Feliz Ano Velho
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Mais sobre Marcelo Rubens Paiva

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Títulos em catálogo:
Bala na Agulha
Blecaute
Fêmeas, As
Feliz Ano Velho
Homem que Conhecia as Mulheres, O
Malu de Bicicleta
Não És Tu, Brasil

Mais sobre Marcelo Rubens Paiva

Marcelo Rubens Paiva fala sobre "O Homem que Conhecia as Mulheres"

Paulistano, nascido em 1959, Marcelo Rubens Paiva é escritor, dramaturgo, jornalista e colunista dos jornais Estado de S. Paulo e O Dia. Em 1982, com o romance autobigráfico Feliz Ano Velho, tornou-se nacionalmente conhecido. É autor de vários romances e outros livros traduzidos para seis línguas, entre elas inglês, alemão e tcheco. A Objetiva acaba de comprar os direitos de publicação de toda sua obra. Aqui ele nos fala sobre seu novo livro, a coletânea de contos e crônicas O Homem que Conhecia as Mulheres.

1 - O título do seu livro é sugestivo. Seria você o homem que conhece as mulheres? Há quem diga que essa coroa ninguém tira do Chico Buarque...

O título é uma provocação, claro que ninguém conhece, nem elas. Eu tenho uma intuição forte com as mulheres e me identifico com elas, pois venho de uma família matriarcal, feminista. Gosto do tema. Gosto de provocar. Depois de Feliz Ano Velho descobri que a coisa que a mulher mais gosta é de um homem falando sobre elas.

2 - Na série stereotypes, você traça o perfil de várias mulheres. Da “pingucinha” à “neo-patricinha”, passando pela “tarja-preta”. O que elas teriam em comum?

Que por trás das aparências há uma angústia profunda, uma vontade de dar certo, uma solidão existencial que não passa. Toda mulher acha que aquele problema é só dela.

3 - Uma das suas personagens “sempre chora quando passa roupa”. O choro, aliás, pode ser considerado quase uma patologia feminina. Você sabe responder por que as mulheres choram tanto?

Mulher chora quando está feliz, triste, goza, não goza, quando nasce alguém ou morre, quando há um casamento ou um divórcio. Mulher é capaz de trair um cara quando o está amando. Chora porque tudo é intenso.

4 - Sua fama de namorador e sedutor irresistível já ultrapassou as fronteiras paulistanas. As personagens radiografadas no seu livro são inspiradas em mulheres reais que passaram pela sua vida?

Isto é uma infâmia. Tenho 47 anos e namorei seis mulheres na vida. Sendo que com uma delas fiquei nove anos. Quanto às personagens, são invenções inspiradas em amigas ou amigas de amigos, ou ex, ou deslizes da minha imaginação.

5 – Homens sedutores costumam perder a conta das namoradas que tiveram. Você já perdeu a sua?

Não. E sei o nome de todas e continuo amigo delas.

6 – Marcelo Rubens Paiva está casado, solteiro ou namorando?

Passo.

7 - O galinha Marcos, jornalista charmoso e educado que protagoniza o conto "O homem rendido pelas mulheres", é definido como um excelente sedutor, mas péssimo conhecedor delas. Já o personagem que dá título ao livro é um simples biscateiro, que já foi de motoboy a bedel de faculdade. Podemos concluir então que nível de cultura e quantidade de amantes não são fundamentais para um expert em mulheres?

Sim, vem da observação e sensibilidade, não da escolaridade. Há teóricos da rotina humana que são pessoas simples. Minha empregada, semi-analfabeta, é uma. Se tivesse oportunidade, seria uma excelente psicanalista. Ou ministra.

8 - Uma das várias máximas do seu livro é: “Mulheres precisam de um homem que as faça rir”. Você concorda 100% com essa tese? Acha que o humor é mesmo o principal requisito de um sedutor?

Sim, é o que acende a luzinha nas mulheres. Não é a barriga tanquinho, a beleza Gianechini, o cabelo alinhado, a calça Diesel. É o jeitão misterioso. Pessoas engraçadas e que não se levam a sério são misteriosas.

9 - Rodolfo, o biscateiro, diz que não vê motivo para tentar entender as mulheres. Outro personagem diz que é perda de tempo tentar fazer isso "porque, no dia seguinte, são outras..." Estaria aí a chave para lidar bem com elas?

É, mulher te diz eu te amo de manhã, pede um tempo à tarde e volta pro ex à noite.

10 - O seu livro é ambientado na metrópole urbana, mundo bastante explorado por você, que é um notório boêmio e freqüentador dos melhores centros de azaração da noite paulistana. Neste grande “mercado erótico” contemporâneo, quando se trata de conquista e sedução, quem anda mais esperto, o homem ou a mulher?

O mundo contemporâneo tem as mesmas regras de quando vivíamos em cavernas. O homem atiça, a mulher acata ou não. Mas é ela quem escolhe e sempre será. Li uma frase num blog uma vez de uma menina dizendo algo super esclarecedor: “Nós mulheres sabemos muito bem que somos nós quem escolhemos, e quando não queremos não rola.”

11 - Agora falando sério, você realmente acredita que é possível qualquer homem afirmar com segurança que conhece as mulheres?

Devolvo a pergunta: existe alguém que “com segurança” conhece mesmo os homens? E elas também não se conhecem. Ninguém se conhece. A pior coisa é pedir conselhos às mulheres sobre como lidar com outra. Elas só dão conselhos furados.

Um pouco sobre Marcelo Rubens Paiva

Marcelo Rubens Paiva (São Paulo, 1959) é um escritor brasileiro nascido em São Paulo. Filho de Rubens Paiva, que desapareceu no período da Ditadura Militar em 1971.

Marcelo Rubens Paiva sofreu um acidente que o deixou tetraplégico (hoje, com muita fisioterapia, voltou a locomover as mãos e os braços) em 1979 e escreveu em livro a sua história, Feliz Ano Velho, publicado em 1983, que foi traduzido para muitos países. Segundo o livro, seu acidente decorreu de um salto em uma cachoeira, na qual fraturou uma vértebra do pescoço ao chocar a cabeça em uma pedra. O livro virou peça dirigida por Paulo Betti e também filme. Ele estudou na USP e Unicamp. Ganhou os prêmios Jabuti e Moinho Santista.

Outras obras que escreveu são, pela ordem, Blecaute (1986), Ua:brari (1990), As Fêmeas (1992), Bala na Agulha (1994), Não és Tu Brasil (1996), Malu de Bicicleta (2004) e O Homem que Conhecia as Mulheres (2006). Todos são editados pela Editora Objetiva.

Desde 1989, depois que estudou dramaturgia no CPT do Sesc, em São Paulo, ele estreou no teatro com a peça 525 Linhas, dirigida por Ricardo Karman. Em 1998, estreou E Aí, Comeu?, peça dirigida por Rafael Ponzi, que depois mudou de nome pra Da Boca Pra Fora. Com ela, ganhou o Prêmio Shell, melhor autor, em 2000.

Rafael Ponzi ainda dirigiu suas peças Mais-que-Imperfeito (2001) e Closet Show (2003). Adaptou o livro As Mentiras que Os Homens Contam. Em 2003, estreou a peça No Retrovisor, com Marcelo Serrado e Otávio Müller, dirigida por Mauro Mendonça Filho. Em 2006, fez a peça Amo-te, dirigida pelo mesmo Mauro Mendonça.

Trabalhou muitos anos na Folha de S. Paulo e desde 2003 é colunista aos sábados do Caderno 2, do Estadão.

Nos anos 80 chegou a apresentar um programa de entrevistas na TV Cultura de São Paulo.


Feliz Ano Velho

Publicado originalmente em 1982, o livro é um relato verdadeiro do acidente que deixou Marcelo tetraplégico, a poucos dias do Natal de 1979. Jovem paulista de classe média alta, vida boa, muitas namoradas, ele vê sua vida se transformar num pesadelo em questão de segundos. Durante um passeio com um grupo de amigos, Marcelo, de farra, resolve dar um mergulho no lago. Meio metro de profundidade. Uma vértebra quebrada. O corpo não responde. Começa ali, naquele mergulho, a história de Feliz Ano Velho.

Citações do Autor

"Levei um ano para escrever este livro, tinha 26 anos. Ouvia Clash, era punk. Fiz só um tratamento depois de escrever, é meu livro mais visceral. É um livro que tem muitos flash-backs, que apareciam quando eu estava cansado de escrever a história principal, do acidente, e começava a falar sobre outras coisas. É um livro sobre construção de identidade, de fé, não é só um livro sobre o acidente" - afirmou Marcelo